Cisto no ovário não é o mesmo que Ovário Policístico.
Cisto no ovário não é o mesmo que ovário policístico! Existem diversos tipos de cistos ovarianos. Alguns são relacionados ao nosso ciclo menstrual e raramente precisam de tratamento. Outros já podem precisar de tratamento cirúrgico por trazerem algum risco à saúde ou apenas por causarem dores fortes na mulher.
Apesar do nome, os ovários policísticos não estão relacionados à presença de cistos no ovário (AHAMM!).
Portanto, esse termo é usado para descrever uma característica específica do ovário ao ultrassom. Portanto, para chamarmos um ovário de policístico, seguimos alguns critérios que foram recentemente atualizados:
“a presença de 20 ou mais folículos com diâmetro médio de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano total maior ou igual 10cm³ (exceto se houver cisto funcional, neste caso deve-se repetir o exame no ciclo seguinte), em um ou ambos os ovários”
ASRM/ESHRE de 2018.


Então, Traduzindo: o ovário é policístico se na ecografia vemos na imagem dos ovários muitos folículos pequenos (aquelas estruturas que ficam nos ovários e que contêm o óvulo – leia mais aqui) sem sinais de estímulo (lembram que nosso corpo dá a ordem para um folículo crescer e liberar o óvulo no período fértil?). E/ou se nas medidas o ovário é grandão. E olhem lá a observação: se houver algum cisto, temos que repetir o exame depois, pra conferir o tamanho real do ovário, sem o cisto.

O diagnóstico para adolescente segue outros critérios. Infelizmente vemos muitos diagnósticos errados de ovários policísticos em adolescentes, o que causa a prescrição desnecessária de anticoncepcionais hormonais.
Agora a informação mais importante de todas: ter um ovário policístico na ecografia não significa que você tem a Síndrome dos Ovários Policísticos.
Para diagnosticarmos essa síndrome seguimos outros critérios baseados principalmente nos sintomas da mulher. Mas isso é assunto para um próximo post.
FONTE: Síndrome dos ovários policísticos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. 103p. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n.4, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina).